Numa sociedade predominantemente urbana, em que é necessário assegurar um desenvolvimento sustentável, os espaços verdes são ferramentas fulcrais para a estruturação e qualificação dos espaços exteriores, para a proteção ambiental e para a melhoria das condições de vida das populações.
A importância crescente dos espaços exteriores privados é uma preocupação da Ponto Urbano, já há alguns anos. Tendo em mente o objetivo de minimização do impacto urbanístico de um novo edifício, assim que alvorado, são preparadas floreiras, com plantação de flores e arbustos. Consideramos que estes espaços verdes têm uma importância vital em edifícios multifamiliares, visto que intensificam o conforto ambiental, através da luz e ventilação naturais.
Exterior privado como vantagem qualitativa da habitação
A existência de uma dimensão de espaço exterior privado é, sempre, um aspecto fundamental e qualitativo em qualquer solução habitacional. Assim, a habitação adquire um elemento diferenciador, no qual é criada a possibilidade de se desenvolverem no exterior atividades habitualmente interiores, como a leitura, convívio, refeições, trabalho profissional.
Vantagens do exterior privado
Na utilização dos espaços exteriores privativos, apontamos algumas vantagens cruciais na relação interior-exterior:
· Proporcionam um sentimento de estar no exterior, apesar de se manter no conforto do interior doméstico.
· Permitem vistas melhoradas do ambiente envolvente e podem mesmo “transportá-lo” para o interior, enriquecendo-o, podendo quase trazer-se o jardim para dentro de casa.
· Enriquecem o espaço interior contíguo.
· Podem criar verdadeiras “zonas neutras” controláveis em termos de conforto ambiental, e, naturalmente, com boas influências no maior conforto doméstico e na poupança energética.
Um prolongamento da casa para além das janelas
A existência de varandas, independentemente das dimensões, cria um prolongamento da casa para além das janelas, uma perspetiva que cria espaços de transição com características de iluminação e de vistas específicas. Muitos de nós gostaríamos de ter uma ampla varanda, terraço, jardim ou pátio privados, vontade esta que ficou bem expressa num inquérito habitacional do LNEC, no qual:
· mais de 80% dos inquiridos consideraram necessário um jardim ou pátio privados;
· 10% aceitaram a varanda como substituto;
· apenas 7% consideraram o jardim público próximo de casa como um possível substituto do exterior privativo;
Segundo, Paulo Martins, CEO da Ponto Urbano “de certa forma, os espaços exteriores privativos criam uma dimensão doméstica suplementar, uma espécie de cintura de proteção e de relação da habitação com a sua envolvente natural e urbana, que é de grande interesse para a plena satisfação de quem habita uma casa com esses atributos.”
Os espaços exteriores privativos têm, assim, funções específicas e estimulantes (por exemplo, jardinagem), proporcionam a extensão de atividades domésticas interiores (por exemplo, relaxar e o convívio), e enriquecem e protegem o interior doméstico através de vistas bem enquadradas e de proteções e sombreamentos estratégicos.